sexta-feira, 28 de março de 2014

De volta aos Travessos, Rodriguinho diz que pagode não inova desde os anos 90.

Depois de quase nove anos, o cantor Rodriguinho está de volta ao Os Travessos. Edmilson, Rodrigão, Chorão e Filipe não parecem ter se distanciado por tanto tempo do vocalista da formação original. Em ensaio, na última terça-feira (25), os pagodeiros disseram ao UOL que a retomada tem "sabor de inovação". Segundo eles, o "pagode está estagnado" e, por isso, a "banda dos anos 90 vai continuar de onde parou".
Aos 20 anos de união, Os Travessos estão mais velhos. Rodriguinho engordou. Chorão está mais homem, segundo ele. Felipe também comanda os vocais. Edmilson e Rodrigão têm filhos adolescentes. E a banda também mudou. Com guitarras e bateria mais pesadas do que na década de 90, eles querem um som mais arrojado com dez músicas inéditas no álbum "Tarde ou Cedo" e nova roupagem aos antigos sucessos – entre eles: "Quando a gente Ama", "Meu Querubim", "Adivinha". A banda conta também com três dançarinas, que adaptaram passos de hip-hop aos palcos. Rodriguinho diz que a volta se fez necessária para trazer esse "formato diferente" ao segmento musical. O vocalista acredita que o pagode atual é o mesmo daquela época. No entanto, as bandas de sucesso foram desaparecendo. "Os grupos novos se espelham nos antigos e eu acho que não teve uma inovação. Se pegarmos o que apareceu de grupos novos são poucos. Vamos falar de quem? De Turma do Pagode, de Thiaguinho, que era do Exalta e saiu. A raiz é tudo da década de 90", explicou ele em entrevista exclusiva ao UOL. De acordo com o vocalista, a volta de outros grupos prova a consistência da música que era feita entre 1990 a 2000. "Passaram tantos anos e a gente volta com Os Travessos e está atual. As pessoas enxergam isso. Só Pra Contrariar, por exemplo, faz inúmeros shows por aí e o Raça Negra também", disse. O então vocalista da banda, Felipe (ex-Bro'z, que assumiu o comando do grupo em 2006), contou que a volta foi logo após uma conversa informal entre os produtores de Rodriguinho e dos Os Travessos no ano passado. "Eles se encontraram em uma balada e riram da situação de como seria essa volta. Daí os produtores levaram para os artistas. O Rodriguinho aceitou sem saber que a gente tinha aceitado", falou aos risos. Chorão disse ainda que o reencontro foi maduro. Ele assumiu que - enquanto Rodriguinho estava na banda, na primeira fase – o grupo tinha brigas por serem muito jovens e por não aceitarem críticas. "O encontro está diferente. A gente ri das coisas do passado. O papo é diferente. Todo mundo mais família e mais responsável. Está com o sabor mais legal", classificou. "Talvez, naquela época, se eu falasse para o Chorão: 'pô, não faz essa virada aí'. Ia soar diferente se eu falasse hoje. Eles respeitam isso e eu respeito toda a trajetória que eles tiveram", disse Rodriguinho, que, no período afastado, virou produtor e compositor. Atualmente, ele produziu o novo CD de Thiaguinho. Segundo o grupo, a experiência de cada um fez com que a volta fosse mais profissional. "A gente tem excelentes músicos e excelentes talentos que bem dirigido não tem para ninguém. Estamos muito melhores do que na década de 90", disse Rodriguinho. No próximo dia 17 de abril, Os Travessos farão o show que celebrará o retorno da banda completa no Barra Music, no Rio de Janeiro. Eles já têm contrato com a Sony Music e, em setembro, gravarão um DVD. O grupo não pretende colocar um tempo de duração na turnê. Eles querem dar continuidade ao projeto por tempo indeterminado. De acordo com Rodriguinho, o "término só acontecerá se eles quiserem e não se respeitarem". "Ninguém de fora pode acabar com isso. Não somos mais moleques. Ninguém está correndo atrás de sucesso e da fama", disse ele. Questionados se gostariam de fazer tanto sucesso quanto na década de 90 – em que chegaram a ganhar mais de dois discos de ouro e platina, participaram do filme "Xuxa Popstar" e fizeram shows na Angola -, Os Travessos dizem que não têm essa pretensão. "Eu não quero alcançar um sucesso maior do que na década de 90. Quero mostrar o respeito que temos pela música e pelos nossos fãs. Sucesso é uma consequência. Aquilo que aconteceu, não acontece mais hoje. É muito louco", finalizou Rodriguinho FONTE: UOL

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