quinta-feira, 24 de abril de 2014

DJ Andy Smith defende uso do vinil e diz que prefere lidar com rótulos a ler nomes no computador.

O DJ e produtor Andy Smith é um dos grandes destaques da cena soul na Inglaterra. Sua discotecagem traz para a pista uma mistura de hip hop, dub, ska e, claro, soul music, com viradas magistrais, que atraiu a atenção de Geoff Barrow, líder dos Portishead, e fez de Smith o DJ oficial da icônica banda de trip hop dos anos 90. Em sua primeira visita ao Brasil, o inglês se apresenta em duas conhecidas festas que rolam na capital paulista: Groovelicious, nesta quinta-feira (24), no Lions Nightclub, e Talco Bells, na sexta (25), no Cine Joia. Responsável pelos beats dos primeiros álbuns dos Portishead, Dummy (1994) e Portishead (1997), Andy contribuiu com seu profundo conhecimento da black music para a criação da sonoridade tão reverenciada da banda britânica. “Conheci Geoff [Barrow] em uma festa no final da década de 80. Nós nos demos bem e conversamos muito sobre música. Depois disso ele me convidou para o projeto e foi incrível”. Sobre o desafio de criar beats para as músicas de Barrow, o produtor diz que tirou de letra: “estávamos muito envolvidos no trabalho e sempre conversávamos sobre tudo aquilo, então eu sabia exatamente o que ele queria. Foi uma parceria muito agradável e tenho grandes lembranças”. A parceria ultrapassou as paredes dos estúdios e acabou na estrada, quando Andy foi convidado para excursionar com os Portishead e ser o DJ responsável por abrir os shows do grupo. “Parece fácil, mas ser DJ de warm up [esquenta] é uma tarefa bem difícil. Você precisa aquecer o público para a grande atração da noite, mas não pode tocar todos os grandes hits. É preciso saber dosar e chegar por caminhos alternativos”, explica. “Eu conheço um grande DJ do Reino Unido que foi convidado para abrir uma discotecagem para outro cara. Ele tocou todas as músicas que não poderia um pouco antes de terminar seu set e, quando foi sair da cabine, falou ‘se vira’. Mas eu não sou tão malvado assim”, brinca. Na era dos ‘DJs pop’, que enlouquecem multidões batendo palmas e girando botões, Andy Smith é um ferrenho defensor da discotecagem com vinil: “Eu acho que a tecnologia trouxe grandes vantagens ao ofício de DJ, mas eu prefiro tocar na maneira antiga, gosto do vintage. A minha praia é ver rótulos e não linhas de textos. Eu uso o Serato, é claro, mas não faço disso minha única ferramenta. Onde está a habilidade quando o DJ usa programas para virar todas as faixas? Vou lutar pelo vinil até que essa batalha não seja mais possível”. FONTE: UOL

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