segunda-feira, 30 de junho de 2014
Jennifer Lopez, Mariah Carey e o declínio das divas
As cantoras Mariah Carey e Jennifer Lopez possuem diversos predicados em comum. Ambas estão com exatos 44 anos (Mariah é mais nova por alguns meses), cresceram em subúrbios no estado de Nova Iorque, têm ascendência latina e são divas do estilo R&B.
Mariah chegou antes, no início dos anos 1990, com uma pegada soul, baladas românticas e vocais poderosos (sua marca), além de roupas comportadas e uma vasta cabeleira cacheada. Já J.Lo., como é chamada pelos fãs, investiu em batidas dançantes em seu primeiro disco On The 6, de 1999, em meio a explosão pop de garotas de barriga de fora, como Britney Spears e Christina Aguilera.
Agora, em 2014, seus caminhos voltam a se cruzar. Ambas lançaram discos novos. E ambos os álbuns, por razões parecidas, são fracassos de crítica e vendas.
Mariah, que em um passado de glória vendia álbuns como água no deserto, viu seu novo trabalho, Me. I Am Mariah, vender pouco mais de 58.000 cópias na primeira semana. Um número irrisório para uma indústria que, apesar de não viver seus melhores momentos, já conta com outras divas, como Beyoncé, que comercializou 310.000 cópias de seu disco homônimo em uma semana. Taylor Swift, com seu disco Red, vendeu 1,2 milhão de cópias no lançamento. O destino de Jennifer não foi muito diferente de Mariah. Seu novo disco, A.K.A., vendeu míseras 33.000 cópias na primeira semana nas lojas — a pior marca de sua carreira —, e muito atrás da deprê Lana Del Rey, que ocupou a lista de álbuns mais vendidos do período com 182.000 cópias de Ultraviolence.
Se os números não são bons, os discos são ainda piores. Da primeira a última faixa, A.K.A. é um martírio. A voz de Jennifer continua de difícil digestão e nenhuma canção se candidata a hit, como outros de sua carreira, como Dance Again, On The Floor e If You Had My Love. Não foi por falta de esforço. J.Lo convidou um time forte de rappers, entre eles Pitbull e a queridinha do momento Iggy Azalea, que deveriam levantar o ânimo do CD, mas estragaram ainda mais a festa.
Me. I Am Mariah é levemente mais palatável. A fórmula adotada pela cantora desde o disco Butterfly (1997) está toda ali: batidas eletrônicas de R&B misturadas a pianos suaves de fundo, canções dançantes com participações especiais de – claro – rappers, algumas faixas com inspiração gospel, muitos gritinhos, suspiros e letras que falam de amor e sexo.
O apelo sexual e as roupas diminutas são também ingredientes usados indiscriminadamente pelas duas cantoras. Jennifer continua linda e com tudo em cima. Mariah errou a mão na quantidade de silicone, mas não desiste de posar de musa. Porém, o cenário atual está muito competitivo, em todos os sentidos. De um lado, cantoras como Miley Cyrus e Rihanna se viram do avesso para sensualizar, praticamente sem roupa, em shows pirotécnicos. Do outro, jovens talentosas como Lorde, Adele e Sky Ferreira abocanham prêmios musicais e boa parcela dos ouvidos mais apurados.
Ao que tudo indica, resta para Mariah e J.Lo. a glória dos dias passados e seguir o caminho de cantoras como Céline Dion e Britney Spears, que, aceitando que seu tempo passou, embolsaram alguns milhões e atualmente protagonizam shows em Las Vegas no melhor estilo fim de carreira.
FONTE: VEJA.COM
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