quinta-feira, 30 de abril de 2015

Após Jobim, Tim Maia será homenageado com escultura no Rio de Janeiro

O cantor e compositor Tim Maia (1942-1998) será imortalizado no bairro onde nasceu e cresceu, a Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro, com uma escultura em bronze de cerca de 1,90 m de altura. A obra está sendo feita pela artista plástica Christina Motta, 70 anos. "Ela vai ser maior que o tamanho natural, para não parecer muito pequena quando for vista de longe. O Tim não era muito alto, tinha 1,68 m, parece. Não posso dar mais detalhes ainda, apenas adiantar que ele vai estar de pé, cantando", revela a artista, responsável também pela escultura de Tom Jobim inaugurada em dezembro de 2014, em Ipanema, e pelas famosas obras em bronze da artista francesa Brigitte Bardot e do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em Búzios, onde Christina tem seu ateliê. A escultora se diz muito feliz com essa oportunidade, surgida com o projeto Nívea Viva –que também promove, até junho, shows gratuitos em homenagem ao "síndico", sob o comando de Ivete Sangalo e Criolo, em sete capitais brasileiras. "O Tim Maia era muito irreverente, tinha uma voz bonita, músicas ótimas. Tenho visto fotos e todos os shows dele pelo YouTube, para ver como era de perto, as feições, o jeito dele", conta Christina, que está envolvida no projeto há dois meses, começou a pôr a mão na massa há cerca de duas semanas e deve entregar a escultura até o fim de junho. A rua e o local exatos onde a obra ficará ainda não foram definidos pela Prefeitura do Rio, mas o prefeito Eduardo Paes já autorizou sua instalação. Nessa primeira fase, Christina trabalha em uma estrutura de argila, que funciona como uma espécie de esqueleto para receber cera e bronze por cima. O processo de fundição deve começar, segundo ela, no dia 20 de maio e terá o seu acompanhamento de perto. Latinhas de alumínio de creme para pele usadas pelo público têm sido recolhidas nos shows de Ivete e Criolo –até agora houve duas apresentações, em Porto Alegre (12 de abril) e Recife (26 de abril). O material será derretido e incorporado ao bronze da escultura. Agora, a artista precisa correr contra o tempo para entregar o trabalho dentro do prazo. "No Brasil, as coisas são sempre para ontem, a gente faz o que pode. Minha cabeça está focada nisso, estou trabalhando cerca de oito horas por dia, desde de manhã até o fim do dia", afirma. Para ajudá-la nesse processo de criação, Christina se encontrou rapidamente com Carmelo Maia, filho de Tim. "Ele me falou que estava muito contente de terem lembrado de fazer essa homenagem ao pai dele, que será merecida. Porque até hoje não tinha sido feito algo que marcasse tanto [a obra de Tim Maia]", diz a artista. Christina também afirma que não gosta que suas obras sejam chamadas de estátuas. "Estátuas são obras mais antigas, duras, formais. Procuro dar movimento, congelar um momento da pessoa", analisa a artista, que trabalha desde os 13 anos e atualmente conta com dois assistentes. Ao todo, Christina tem seis esculturas de sua autoria em Búzios, como a famosa "Três Pescadores", além das que retratam Brigitte Bardot e Kubitscheck. Em São Paulo, ela é autora de "Homem na Chuva", que se encontra no Parque do Povo. Fora isso, tem 13 trabalhos no Acre (como uma em homenagem a Chico Mendes, em Rio Branco), entre outras produções. No Rio, a escultura em homenagem a Tom Jobim, inaugurada no dia 8 de dezembro de 2014, marcou os 20 anos da morte do maestro e compositor. Os próximos shows do projeto Nívea em homenagem a Tim Maia serão em Salvador (24 de maio, no Elevador Lacerda), Fortaleza (31 de maio, no Aterro Praia de Iracema), Brasília (14 de junho, no Parque da Cidade), Rio de Janeiro (21 de junho, na Praia de Copacabana) e São Paulo, ainda sem data nem local definidos. As apresentações que ainda vão aceitar a entrega de latinhas são as de Salvador e Fortaleza. FONTE: UOL

terça-feira, 28 de abril de 2015

Um sarau multicultural em São Brás

Um importante patrimônio histórico e arquitetônico da capital paraense, o Mercado de São Brás, é outro espaço em Belém que foi tomado pela cultura. Saraus são organizados, batalhas de MCs, encontro de malabaristas, além de quadrilhas que geralmente se apropriam do espaço para ensaios e apresentações. O espaço já tem uma tradição de ocupação cultural. O que os artistas que frequentam o mercado desejam são mais oportunidades de integração. “O Sarau Multicultural do Mercado surgiu em novembro de 2013 e é uma ocupação cutural composta por poetas, músicos e artistas de vários segmentos. A gente se organiza, monta um set básico e convida além dos artistas e da comunidade para participar. A programação eventualmente inclui telões para exibição de curtas-metragens e a proposta é essa mesmo, que vários segmentos culturais utilizem o espaço público”, explica Jorge André Silva, agente cultural, poeta e organizador do sarau. Ele acredita que as apresentações devem ser feitas para a comunidade do entorno do mercado e por isso investe em divulgação em rádios comunitárias e de feiras para convidar os trabalhadores de São Brás, estudantes das escolas dos arredores e público frequentador do espaço. “Queremos que a comunidade vivencie sua própria arte e, para nós, é uma vitória quando, além da realização do evento, conseguimos trazer artistas locais para participar”, completa Jorge. A iniciativa acontece tradicionalmente na primeira quinta-feira de cada mês, mas em maio terá uma programação especial no dia 9, convidando os muitos atores que transitam nesse espaço. “Vamos promover um encontro dos movimentos de resistência que lutam para que o local se torne um espaço cultural, como a galera da batucada, a batalha de MCs, movimento street dance, o basquete de rua, o coletivo de quadrilheiros que ensaiam na área do mercado, os malabares que fazem seu encontro no mercado todas as segundas-feiras, enfim, reunir toda essa sopa cultural para sensibilizar a todos e fazer com que as atividades culturais deixem de ser alienígenas nesse espaço. Hoje, a atividade é vista como invasora e só podemos utilizar a calçada de forma precária. A visão que nós temos e defendemos é que o mercado é um gigantesco complexo e que pode se tornar um centro de referência de cultura paraense, que hoje nós ainda não temos. Tudo isso sem modificar a utilização social do mercado”, acredita Jorge. O movimento de artistas acredita que a ocupação, de forma organizada, promoveria uma ascenção do espaço e poderia congregar ainda mais vertentes culturais. “A cultura não expulsa a vida econômica, eles podem conviver harmoniosamente, se complementando e dando força um para o outro. O centro cultural certamente geraria atrativos em termo de público e os próprios comerciantes seriam fortalecidos, com a vinda de mais clientes. A mudança começa com a conscientização dos públicos, artistas e comerciantes e deve se dar de modo que, a longo prazo, não seja abalada por mudança de gestão de governo”, espera Jorge. HISTÓRICO O espaço é lindo e revela a riqueza material e cultural colhida na época do Ciclo da Borracha, com construção iniciada em 1910 e concluída em 1911. Ele foi construído em função da grande movimentação comercial gerada pela ferrovia Belém-Bragança. O trânsito intenso de passageiros tornou São Brás atrativo para a comercialização de produtos. O mercado foi projetado pelo arquiteto italiano Filinto Santoro, com estrutura construída em ferro e mescla de elementos do art nouveau e neoclássico, também para ampliar o abastecimento da cidade, que até então ficava concentrado apenas no Mercado do Ver-o-Peso. FONTE: DIÁRIO DO PARÁ

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Família de Amy Winehouse critica documentário sobre a cantora

A família da cantora britânica Amy Winehouse, que morreu aos 27 anos após ingerir uma grande quantidade de álcool, classificou o documentário sobre a sua vida como "enganoso". O filme "Amy", com estreia prevista para o mês que vem no festival de Cannes, narra a história da cantora desde o início de sua carreira até a sua morte em 2011, passando pela fama alcançada com sucessos como "Rehab". "(Os parentes) sentem que o filme é uma oportunidade perdida para prestar homenagem à sua vida e ao seu talento", ao mesmo tempo em que é "enganoso e contém algumas mentiras", disse o porta-voz da família em um comunicado. "Há acusações concretas contra a família e sua empresária que são infundadas", exemplificou sem especificar quais seriam essas acusações. O documentário foi dirigido pelo premiado cineasta britânico Asif Kapadia. Ele dirigiu o filme "Senna", sobre o piloto brasileiro de Fórmula 1, e ganhou os prêmios da Academia Britânica para as Artes do Cinema e a Televisão (Bafta) de melhor documentário e edição. Em um comunicado, a equipe do documentário defende seu trabalho, assegurando que durante a filmagem contaram "com o pleno respaldo da família Winehouse" e que rodaram "com total objetividade, como em Senna". "Durante o processo de produção, fizemos 100 entrevistas na região com gente que conhecia Amy Winehouse, entre eles amigos, familiares e membros da industria fonográfica", afirmaram os cineastas. FONTE: G1

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Rafael Lima mostra parceria com paraenses em álbum

“Tem muitos instrumentos lá fora, mas o som da mata pra lá é mais difícil de reproduzir”, diz Rafael Lima sobre o som recriado pelo percussionista Zé Macedo para seu primeiro disco gravado no Brasil, intitulado “Nômade”. Residindo na Suíça, o músico aproveitou o estúdio paraense de Na Figueiredo para registrar, além de 12 canções inéditas, a parceria e talento de quem admira na sua terra natal e, como ele próprio afirma, “não pode colocar na mala e levar para o exterior”. Assim temos, em único disco, músicos como Luiz Pardal, a tocar violino, Marcos Cardoso e seus saxofones, o trompete de Thel Silva, Maurício Brito no trombone, Lenilson Albuquerque nos teclados, Ricardo Aquino no vibrafone, Arythanan na percussão, Eduardo Costa e Eduardo Penna dividindo a bateria e as flautas de Itailan Pinheiro. O percussionista Zé Macedo, já citado, reproduz o som que encantou Rafael Lima através de objetos simples, por ele transformados em instrumentos musicais, como as “latas”, de onde consegue tirar os sons de água tão característicos da Amazônia. Uma construção tão complexa levou cerca de 10 anos até ficar pronta. “Esse foi um disco que comecei com algumas canções, em 2006, e há uns quatro anos ele acabou se transformando no projeto para ser meu primeiro disco gravado no Brasil, a convite do Na”, conta o músico, que assina letra e música de todas as faixas, exceto “Mestiça”, cuja letra é de Juçara Abe, filha do compositor. “Ela me deu a letra e a liberdade de musicar, então fiz um reggae com a cara dela, pois sei que é um ritmo que ela gosta”, comenta Rafael. Abe ainda empresta sua voz em “Cantinela”, cantando uma oitava bem acima, contrapondo-se ao baixo tocado por Mauro Martins e a voz do pai. A faixa em que os sons da mata surpreendem é “Manauara”. E em “Voo do Cantador”, a poesia de Antônio Juraci Siqueira transforma-se em melodia para homenagear o cantor Rui Baldez. “A única que eu digo que não é inédita é ‘Verde Maravilha’, de autoria do Albery Albuquerque, uma música que cantei com minha primeira banda de Belém, a Sol do Meio-Dia, mas que nunca tinha gravado”, diz Rafael. O CD tem ainda músicas como a romântica “Ferina”, feita de efeitos, violoncelo e um bom piano; “Andares”, que carrega as andanças de Rafael pelo mundo; e “Não Basta Dizer Não!”, gravada na Suíça, mas com os pensamentos voltados para o Pará, que passava pelo plebiscito que decidiria pela divisão ou não do estado. “Suas políticas, suas tralhas... Já não basta dizer não”, canta Rafael Lima ao som de vozes e percussões indígenas simuladas pelo baterista e produtor Stanley Maumary. A faixa que encerra o disco é “Sonho Cabano” e nasceu de uma viagem do músico pelo sul do Pará, que o levou até uma ocupação do Movimento dos Sem Terra (MST). “Eu fiz esta música em uma van, voltando de Eudorado dos Carajás com aquilo ainda forte na minha cabeça. Falando do Araguaia, da grande quantidade de sangue derramado naquela região”, lembra. O disco, cheio de particularidades, é ainda “um disco de baixistas”, diz Rafael, pois conta também com MgCalibre, Príamo Brandão, Adelbert Carneiro e Mauro Martins, tendo cada um colaborado em diversas faixas de “Nômade”. O novo CD chegará às mãos dos paraenses em dois shows: um amanhã e o próximo para o dia 7 de maio, ambos no Sesc Boulevard, antes de seguir rumo ao sudeste brasileiro e o sul do Pará. FONTE: DIÁRIO DO PARÁ

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Músicos questionam direitos autorais em streaming

A recente ação do Google — que acionou a Justiça brasileira por não entrar em acordo com as editoras de música sobre os direitos autorais de vídeos reproduzidos no YouTube — veio no momento em que um outro debate sobre direitos movimenta artistas e empresários. Membros de organizações como Procure Saber e Grupo de Ação Parlamentar Pró Música (GAP) já se organizam para lidar com o streaming, o serviço de consumo de música que mais cresceu no Brasil e no mundo, segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Discos e da International Federation of the Phonographic Industry, divulgados na semana passada. Hoje, os artistas mal conhecem as regras de remuneração dos streamings. Agora, Procure Saber e GAP querem definir estratégias de atuação para que os criadores sejam informados dessas regras e, a partir daí, busquem que elas sejam justas. — Ficamos dez anos num limbo, na transição entre entre o CD, que foi o último formato hegemônico, e o streaming, que tudo indica que vai se firmar — avalia o cantor Frejat, integrante do GAP. — Os grandes negócios estão sendo formatados agora. É hora de botar a mão na massa. Se os criadores não se mobilizarem para fazer a coisa valer da maneira mais justa para todos os envolvidos, depois haverá uma deformação que vai ser difícil de corrigir. Nosso primeiro movimento é dar informações à própria classe artística. Depois iremos ao Ministério da Cultura (MinC). Boa parte da movimentação foi impulsionada por um texto de Carlos Taran, empresário de Dado Villa-Lobos, que já trabalhou com bandas como Legião Urbana e Titãs. O artigo “Precisamos falar sobre o streaming” surgiu de tanto Taran ouvir amigos reclamando que “o streaming paga pouco”. Ao mesmo tempo, ele percebeu que essas mesmas pessoas não conseguiam aprofundar o assunto muito além dessa queixa por desconhecerem como o sistema funciona. No texto, o empresário explica que a percepção de que as empresas de streaming ficam com a maior fatia do bolo é errada: 70% do faturamento delas é repassado para pagamento de direitos. Por outro lado, o modo como é calculado esse repasse para cada artista (apenas o Spotify torna pública sua equação) segue um mistério, assim como os números efetivos (quantas vezes cada canção foi executada ou o faturamento total da companhia nenhuma delas divulga). Os autores ficariam, portanto, na mesma condição de quem faz um show por 10% da bilheteria e no fim é pago sem que a casa diga quantas pessoas foram ao show. Quando as companhias de streaming de música (como Spotify, Deezer, Napster ou Rdio, que vendem a seus clientes acesso a milhões de músicas) argumentam que o valor pago por elas aos artistas é melhor do que a pirataria, em que eles não recebiam nada, Taran saca uma metáfora simples. — É como aquele rapaz que entra no ônibus para vender algo e diz: “eu poderia estar roubando, mas estou aqui trabalhando”. Sim, você poderia estar roubando, mas roubar é errado, assim como a pirataria é errada. Não é porque ele não está roubando que devo comprar dele. Não gosto dessa história de plataformas de streaming se colocarem como alternativa à pirataria e isso dar a elas alguma autoridade moral. O CD também é uma alternativa à pirataria. O que me interessa saber é como esse sistema de streaming remunera os artistas e se isso é justo ou não. Paula Lavigne, do Procure Saber, concorda que a questão é premente. — Essa é crise internacional, na qual os criadores estão perdendo em todos os países — diz Paula, numa referência aos diversos conflitos entre empresas de streaming e artistas, envolvendo nomes como Taylor Swift, Thom Yorke e Jay-Z (que lançou um novo serviço, o Tidal, com o discurso de uma remuneração mais justa). Como Taran em seu texto, Paula também aponta a falta de transparência como uma das questões centrais na remuneração do streaming: — O primeiro problema é que não há distribuição direta, que é pelo que lutamos. Tocou uma vez, paga uma vez, tocou 30, paga 30. A outra é que nunca conhecemos as bases verdadeiras desse pagamento, ninguém entende como é feita essa divisão dos lucros. Desta forma, não sabemos nem medir se é justo ou não. O streaming pode ser um respiro para a indústria da música, como dizem, mas não pode ser suspiro final para os artistas, para os músicos e compositores. As operadoras de streaming argumentam que o repasse depende de diversas variáveis e que, com o crescimento provável do número de assinantes do serviço, esses valores irão aumentar. — Como a renda do Spotify aumenta a cada novo assinante, não há limite fixo para o total de royalties que pode ser gerado. Por isso, não existe um valor fixo para cada música — explica Roberta Pate, responsável na empresa pela relação com gravadoras e artistas. — No Spotify, se a música de um artista representa 1% do nosso fluxo total, esse artista e seus parceiros receberão 1% dos royalties totais. Até hoje, o Spotify já pagou mais de US$ 2 bilhões em royalties a artistas e gravadoras, e esse valor continua aumentando. Para Max Guimer, diretor de planejamento estratégico e relação com parceiros para América Latina do Napster, o confronto entre a remuneração do mercado antigo e a do novo não faz sentido: — A forma de consumo é diferente. O consumidor antes comprava um LP, pagava x, levava de oito a 12 músicas e tinha a propriedade daquela mídia para sempre, executando-a quantas vezes quisesse. Hoje ele pode consumir uma música só do mesmo LP, ou quantas quiser, gerando remuneração toda vez em que houver a execução. É um valor fixo (antes) versus uma perpetuidade (agora). Bruno Vieira, diretor-executivo do Rdio no Brasil, chama a atenção para um nó do repasse: — Na grande maioria das vezes quem nos licencia o conteúdo são as gravadoras e distribuidoras digitais, e não os artistas diretamente. Então, elas é que possuem a responsabilidade de remunerar o artista, seguindo o contrato existente entre eles. O problema é que muitos desses contratos (no qual gravadoras ficam com um percentual entre 80% e 90% dos royalties) foram estabelecidos com base na realidade do mercado físico. FONTE: ORM NEWS

terça-feira, 21 de abril de 2015

Noruega deve se tornar o primeiro país a desligar FM, em 2017

Sinal dos tempos: a Noruega, terra da banda de hits A-ha, deve se tornar o primeiro país a tirar do ar a frequência de rádio FM, em 2017. O anúncio foi feito pelo Ministério da Cultura do país como parte de um plano de transição para o rádio digital. O desligamento se dará ao longo do ano de 2017: começa em 11 de janeiro e segue até 13 de dezembro. No comunicado oficial, o Ministério da Cultura norueguês alega que a troca do FM pelo digital resultará em uma economia de 25 milhões de dólares ao ano, porque os custos do sistema Digital Audio Broadcasting (DAB), a tecnologia padrão em toda a Europa, são oito vezes menores. Esse valor, diz o texto, "poderá ser investido em conteúdo". Além disso, o DAB teria espaço para mais estações de rádio. "Enquanto a rede FM só tinha espaço para cinco estações nacionais, o DAB terá para 22, quase 20 a mais", diz o comunicado. Uma recente pesquisa realizada no país constatou que 55% das casas já contam com pelo menos um equipamento capaz de receber o sinal do DAB. A Noruega tem sido mesmo pioneira no rádio digital, de acordo com o site da revista americana The Hollywood Reporter. A rede local NKR, que comemora a decisão do governo, lançou o primeiro canal do sistema DAB em 1º de junho de 1995. O país deve ser seguido por vizinhos escandinavos e também pelo Grã-Bretanha até 2022. Já em outras regiões da Europa a transição é mais lenta, com boa popularidade para o FM em diversos lugares. FONTE: VEJA.COM

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Paula Toller apresenta novo disco, "Transbordada", em show em SP

A cantora Paula Toller faz show na próxima sexta-feira (24), no Citibank Hall, apresentando seu disco novo, "Transbordada". Os ingressos custam a partir de R$ 40 (meia-entrada) e estão à venda na bilheteria da casa e através do site www.ticketsforfun.com.br. Quarto álbum da sua carreira solo, "Transbordada" apresenta músicas em tom dançante e mais rock. O ex-Mutantes Liminha produz o disco, assina as 10 músicas junto de Paula e também toca baixo, guitarra e bateria em algumas delas. Outras parcerias do álbum foram os bateristas João Barone (Paralamas do Sucesso) e João Viana, e a de Hélio Flanders (vocalista do Vanguart). Entre as musicas do repertório estão "Calmaí", "O Sol Desaparece", "Já Chegou a Hora" e "Tímidos Românticos", além de sucessos como "Nada Sei", "Oito Anos", "Derretendo Satélites" e "Deus (Apareça na Televisão)". Serviço Paula Toller. Quando: Sexta-feira, dia 24 de abril de 2015, às 22h. Onde: Citibank Hall SP -Av. das Nações Unidas, 17.955,Santo Amaro. Quanto: De R$ 40 a R$ 200. Pontos de venda: - Bilheteria da casa: Diariamente, das 12h às 20h. - Internet: www.ticketsforfun.com.br. Capacidade: 4.906 lugares. Duração: Aproximadamente 1h30. Classificação etária: Não será permitida a entrada de menores de 13 anos. 13 e 14 anos: permitida a entrada (acompanhados dos pais ou responsáveis legais). 16 anos em diante: permitida a entrada (desacompanhados). Acesso para deficientes. Ar condicionado. Estacionamento (terceirizado): R$ 45. FONTE: UOL

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Rod Stewart se apresentará em SP no dia 19 de setembro

Algumas das principais atrações do Rock in Rio confirmaram shows extras em capitais brasileiras, para o período em que estarão no país. Trata-se de uma boa oportunidade para quem não conseguiu comprar ingressos para o festival. Queen + Adam Lambert, Katy Perry, System of a Down e Rod Stewart farão shows em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Nos dias 16 e 21 de setembro, Queen + Adam Lambert vão tocar em São Paulo e em Porto Alegre, respectivamente. System of a Down confirmou pelo Twitter um show extra no dia 25 de setembro, também na Arena Anhembi, na capital paulista, com abertura da banda Deftones. Rod Stewart também anunciou que fará mais um show no Brasil. O cantor britânico, que fecha o primeiro fim de semana do Rock in Rio, fará apresentação extra em São Paulo, no Allianz Parque, no dia 19 de setembro. Já Katy Perry toca em São Paulo no dia 25 de setembro, no Allianz Parque e em Curitiba em 29 de setembro, no Pedreira Paulo Leminski, onde se apresenta pela primeira vez. A data da venda dos ingressos para todos os shows ainda não foi anunciada. FONTE: VEJA.COM

quinta-feira, 16 de abril de 2015

"Psicologicamente abalado", Ed Motta cancela show em Porto Alegre

Após a grande repercussão gerada por suas declarações na semana passada, o cantor Ed Motta cancelou o show que faria no próximo sábado (18) em Porto Alegre, no Bar Opinião. Segundo comunicado divulgado ontem (15) pela casa de shows, ele não tem condições psicológicas para se apresentar. "O show de Ed Motta, previsto para ser realizado nesse sábado, dia 18 de abril, no Opinião, foi cancelado. Depois do ocorrido na última semana, o cantor se encontra psicologicamente abalado e sem condições de se apresentar ao vivo", divulgou em nota o Bar Opinião. Segundo o produtor do cantor, o cancelamento também visa preservar Ed Motta, que é obeso e sofre com inflamações no nervo ciático, de desgastes físicos causados pela longa viagem ao Rio Grande do Sul. Um dia antes, na sexta (17), ele tem show marcado em São Paulo, no Terra da Garoa. No início da semana que vem, embarca para a turnê europeia do álbum "AOR". A nova apresentação na capital gaúcha acontecerá em julho, ainda sem data definida. A devolução dos ingressos pode ser feita a partir da próxima segunda-feira (20), nos mesmos locais em que foram adquiridos. Para as compras realizadas pela internet, é preciso solicitar o estorno do cartão ou o reembolso pelo e-mail atendimento@minhaentrada.com.br. Entenda a confusão: Em postagem publicada em seu perfil no Facebook na última quinta (9), que provocou a reação imediata de internautas, Ed Motta afirmou que as pessoas que costumam vê-lo ao vivo no exterior são uma "turma mais simplória", que não acompanha sua carreira e que é fã de ritmos populares. O cantor disse ainda que não falará em português nem cantará "Manuel" na próxima turnê europeia. "O mundo inteiro fala inglês, não é possível que o imigrante brasileiro não saiba um básico de inglês. A divulgação da gravadora, dos promotores é maciça no mundo Europeu, e não na comunidade brasileira." Após a chuva de críticas nas redes sociais, Motta se desculpou no dia seguinte. "Ninguém erra? Sim, todo mundo erra e em diferentes escalas. A pessoa pública não é Deus, está no mundo para errar assim como todos", publicou o músico. "Escrevi de forma raivosa e equivocada sobre algo que realmente atrapalha meus shows no exterior, quando se está no palco que é algo frágil emocionalmente, a sensação é de desespero quando ocorre um equívoco", completou. FONTE: UOL

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Vendas de música digital igualam vendas físicas pela 1ª vez, diz federação

As vendas mundiais de música digital igualaram pela primeira vez as vendas físicas em 2014, estimuladas pelo sucesso dos serviços de streaming, anunciou a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). A entidade, com sede em Londres, considera o avanço do streaming uma boa notícia para a indústria musical, que, apesar disso, registrou queda de 0,4% nas vendas em 2014, com um total de US$ 14,965 bilhões movimentados. "Pela primeira vez na história, o faturamento da música gravada está igual nas vendas digitais (46%) e vendas físicas (46%)", afirmou a IFPI. O restante corresponde aos direitos de radiodifusão, publicidade e cinema, entre outros. A diretora geral da federação, Frances Moore, acredita que o negócio digital vai superar o mercado físico nos próximos dois anos. "Comprovamos que o streaming domina realmente o mercado digital e podemos imaginar que, um dia, a maior parte das vendas de música acontecerá nesse formato", declarou à AFP. O fenômeno está vinculado às inovações tecnológicas e ao desenvolvimento dos smartphones. As assinaturas de serviços de streaming – que permitem ouvir música de forma ilimitada – continuam sendo uma parte relativamente pequena da indústria, mas o faturamento aumentou 39% em 2014, chegando a US$ 1,57 bilhão, segundo a IFPI. De acordo com a entidade, 41 milhões de pessoas pagam por esse tipo de serviço, como o Spotify e o Deezer. Para comprovar o boom do mercado, o rapper e produtor de hip-hop Jay Z acaba de lançar uma plataforma de música em streaming, o Tidal, que conta com o apoio de estrelas como Madonna e a dupla Daft Punk, mas provoca polêmica por cobrar mais caro que a concorrência em troca da promessa de conteúdo exclusivo e arquivos de melhor qualidade. A IFPI tenta conseguir que páginas como o YouTube paguem direitos autorais, assim como os serviços de streaming. Atualmente, o estatuto de provedor de serviços de internet do YouTube, que pertence ao Google, permite uma isenção no pagamento de direitos autorais. Isso tem representado um problema para a indústria musical, já que metade dos internautas que escutaram canções nos últimos seis meses fez isso em páginas como YouTube e Dailymotion. FONTE:UOL

terça-feira, 14 de abril de 2015

David Bowie compõe novos clássicos para musical "Lazarus"

O músico britânico David Bowie compôs novos clássicos sobre amor e violência para o seu próximo musical "Lazarus", inspirado no romance "O Homem que Caiu na Terra", de 1963, do escritor de Walter Tevis. A informação foi confirmada pelo diretor do musical Ivo van Hove à "BBC". O cantor não subirá ao palco do espetáculo mas assina o roteiro junto com o irlandês Enda Walsh, dramaturgo do premiado "Once" ("Apenas Uma Vez"). "Algumas canções soam como se você sempre tivesse ouvido, são como clássicos", admitiu o diretor ao anunciar que os preparativos para "Lazarus" estão bastante avançados. As novas composições de Bowie são "um material realmente muito bom". "Há músicas românticas – porque suas canções são profundamente românticas – mas há também sobre violência e o mundo que nos rodeia. E é sobre estes temas que as novas canções se referem". O espetáculo tem sua história centrada no personagem de Thomas Newton, vivido por Bowie, em uma adaptação ao cinema em 1976 dirigido por Nic Roeg. Thomas Newton é um alienígena que vem à Terra em busca de água, a salvação de seu planeta. Ele se disfarça de empresário e faz uso de tecnologias avançadas para conseguir o dinheiro necessário para a construção da nave que o levará de volta para casa. O musical "Lazarus" resgatará ainda antigas canções de Bowie com novos arranjos. "Ele me disse que irá dar um nova roupagem às suas músicas. Ele não estará nos palcos, mas pelo que posso julgar, é um projeto muito importante na sua vida", afirmou o diretor Ivo van Hove. Enquanto isso, David Bowie já tem previsto o lançamento de seu novo single "Changes" em edição limitada para o Record Store Day no dia 18 de abril. A faixa foi retirada de seu álbum de 1971 "Hunky Dory" e será lançada em vinil de sete polegadas. FONTE: UOL

segunda-feira, 13 de abril de 2015

"Nunca imaginei que tivesse fãs no Brasil", diz Cher

Cher finalmente veio ao Brasil. Mas ainda não para se apresentar em um show como gostariam seus inúmeros fãs no país - ela diz nunca ter incluído o país em uma de suas várias turnês por não imaginar que havia um público fiel por aqui a sua espera. Nesta sexta-feira, em São Paulo, a atriz a cantora é a convidada de honra do jantar anual de gala da associação americana amfAR (Fundação para as Pesquisas da AIDS) - o quinto realizado na cidade - e recebe o prêmio Inspiration, por seu engajamento na luta pelos direitos da comunidade LGBT e no combate a aids. Sim, a noite da amfAR também conta com um show musical, mas as atrações são a australiana Kyle Minogue e a brasileira Alcione. Aos 68 anos, a americana Cher é uma verdadeira instituição pop. Conhecida sobretudo pelos figurinos extravagantes, pela coleção de cirurgias plásticas e pela voz grave, a cantora e atriz está completando 50 anos de uma carreira que inclui 25 álbuns, quinze filmes (e um Oscar, por O Feitiço da Lua, em 1989) e sete turnês internacionais. Seus primeiros sucessos foram na década de 60, época da dupla Sonny e Cher, que formava com o primeiro marido, Sonny Bono, com quem teve uma filha, Chastity - hoje um homem, Chaz Bono, desde que se submeteu a uma cirurgia de adequação de gênero, em 2008. Divorciada de Sonny em 1975, ela também é mãe de Elijah Allman, filho de seu segundo casamento com o também músico Greg Allman. No ano passado, devido a um infecção viral, Cher teve de interromper a turnê Dressed to Kill, que ela pretende retomar no próximo mês, quando espera estar novamente apta para por o pé na estrada. De Los Angeles, Cher falou a VEJA sobre seu envolvimento na causa LGBT, a influência decisiva da mãe - hoje com 87 anos -, a ousadia dos figurinos e o fator sorte que a ajudou a se transformar no ícone que é hoje. A senhora vem ao Brasil especialmente para receber o prêmio da amfAR (Fundação Para as Pesquisas da AIDS) por sua colaboração na luta pelos direitos LGBT e em particular nas campanhas contra a aids. Como começou o seu engajamento nessa área? Estou envolvida com várias causas humanitárias, mas o combate à aids sempre foi algo muito próximo de mim, tanto por causa dos meus fãs gays como pelos meus amigos gays. Quando a doença ainda não tinha nem um nome e eu estava fazendo um grande show em Las Vegas, subitamente os bailarinos e as drag queens do espetáculo começaram a adoecer. Em pouco tempo, apenas um dos bailarinos havia sobrevivido. E nós simplesmente não sabíamos o que estava acontecendo. Desde então comecei a me envolver, pois levou algum tempo até que os médicos e cientistas descobrissem a doença e mais tempo ainda até que o governo começasse a tomar providências. Fui a primeira artista a levantar 1 milhão de dólares para o tratamento e combate da aids infantil no início dos anos 80. Abraçar causas políticas e sociais é um traço muito forte da sua geração, a dos anos 60. E hoje vivemos um momento em que esses assuntos estão de volta na agenda, com as pessoas discutindo problemas e levantando bandeiras. A senhora acha que o mundo ainda não aprendeu as lições que deveria? Acho que nos Estados Unidos as pessoas demoraram muito para protestarem contra problemas terríveis como nosso envolvimento nos conflitos do Iraque e do Afeganistão, ao contrário do que ocorreu no tempo da Guerra do Vietnã. Nos anos 60, nós éramos jovens que acreditavam na força da união para mudar o mundo. Aliás, nós americanos temos uma tradição de nos manifestar quando sentimos que alguma coisa está errada e que o povo precisa ser ouvido, mas desta vez as pessoas pareciam estar apáticas e lentas. Ao mesmo tempo, sinto que há certo retrocesso em nosso país, com alguns estados aprovando leis que nos devolvem a um passado de preconceito e intolerância em relação aos direitos humanos. A senhora se refere ao que ocorreu recentemente em Indiana, com as leis que asseguravam o direito de certos estabelecimentos comerciais barrarem o acesso de gays devido a questões religiosas? Sim, em Indiana e no Arkansas. Mas houve uma verdadeira explosão de protestos nas redes sociais no país inteiro porque a nova geração tem se revelado mais radical e politicamente ativa do que os seus pais. Por causa dessa reação, os dois estados foram obrigados a mudar essas leis discriminatórias. Acho um absurdo ter que discutir essas questões ainda hoje quando todos os cidadãos deveriam ter direitos e oportunidades iguais. Homens, mulheres, gays, negros, enfim todo mundo. Falo especificamente do meu país, mas vejo isso acontecendo em toda parte. Hoje mesmo conversava com amigos sobre essa intolerância religiosa monstruosa que estamos presenciando. Meu pai era descendente de armênios e este ano é o centenário do massacre dos armênios pelos turcos. Lembro de meu avô contando para a família essa história e eu querendo saber o porquê de tanta violência. Ele simplesmente me dizia que era uma luta religiosa: turcos muçulmanos de um lado e armênios cristãos do outro. Para mim isso não faz o menor sentido. É apenas uma insanidade do ser humano. A senhora é religiosa? Não, sou uma pessoa espiritualizada. Sigo a filosofia budista e não tenho religião nenhuma. Respeito todas as religiões e sei da importância de uma crença na vida das pessoas. Eu escolhi o caminho do budismo por se tratar de uma filosofia liberal. Como artista, a senhora criou uma personalidade única, com um visual forte, ousado e impactante. Como é ver hoje artistas da nova geração repetindo coisas que a senhora já apresentou há muito tempo e sendo considerados ultra criativos e originais? Acho muito engraçado. Como em todas as épocas, eu segui o caminho aberto por artistas que vieram antes de mim. Mas é preciso dizer que paguei um alto preço por certas coisas que fiz. Sonny e eu chegamos a ser expulsos de hotéis, de restaurantes e até sofremos agressões físicas por causa da nossa maneira de vestir. Por exemplo, Sonny tinha o cabelo tão comprido quanto o meu e muita gente não gostava porque parecíamos diferentes de todo mundo. OK, você pode dizer que estávamos nos anos 60 e havia uma revolução de costumes em marcha e por isso pode parecer exagero meu. Mas eu diria que Sonny e eu nos adiantamos um pouco.
Essa aparência extravagante era um ato de protesto ou vocês simplesmente achavam que era assim que um artista deveria se apresentar? Bem no início da minha carreira com Sonny, nós nos apresentávamos de maneira muito comportada. No palco, éramos um casal como outro qualquer. Era no dia a dia que ousávamos: cintos com fivelas grandes, sapatos de plataforma, pantalonas com bocas imensas. Um dia fomos nos apresentar em Oakland e nossas malas com os figurinos de cena foram extraviadas, então tivemos que subir no palco com nossas roupas de todo dia. As pessoas simplesmente enlouqueceram e graças a essa apresentação fomos parar na televisão. Mas não porque nos admirassem - muito pelo contrário, as pessoas nos odiavam por causa do nosso look. Só quando nos apresentamos em Londres, algum tempo depois, é que sentimos pela primeira vez uma plateia realmente receptiva, que gostava de nós, da nossa música e das nossas roupas. Depois de Londres tudo ficou mais fácil. Quais foram as suas influências artísticas? É curioso, mas não fui influenciada por cantoras. Marlene Dietrich talvez tenha sido minha maior influência, porque ela ampliou as fronteiras na maneira como um artista se apresenta, na atitude, no modo de vestir, misturando roupas masculinas e femininas. Fui influenciada, sobretudo, pelas atrizes de Hollywood, porque era o mundo de fantasia onde eu queria viver. Tirando minha mãe e suas amigas, que eram divertidas e liberais, a vida real para mim era muito chata. Cresci em um ambiente muito conservador e preconceituoso, porque minha avó materna era do sul dos Estados Unidos e simplesmente não admitia nada muito avançado. Quando eu tinha dez anos, uma amiga de mamãe começou a namorar um rapaz negro e, antes de sair para visitar vovó, minha mãe me fazia jurar que não ia tocar nesse assunto perto dela. Inclusive porque poderia colocar nossa amiga e seu namorado em sérios problemas. Acredito que sou liberal por ter descoberto muito cedo o que significava preconceito. Sua mãe ainda é viva, não? Viva demais. E ainda fervendo, aos 87 anos. Como a senhora se define hoje como artista? Mais cantora ou mais atriz? Digo que sou cantora, porque adoro cantar. E sou atriz porque adoro estar diante de uma plateia. Se me perguntarem em que momento eu descobri que sou atriz, respondo que ainda não descobri. Mas sei que posso atuar. A senhora é conhecida por ter ao menos uma canção em primeiro lugar nas paradas para cada uma das suas cinco décadas de carreira, além de um Oscar (por O Feitiço da Lua, em 1988). Houve algum momento em que o sucesso lhe escapou? Acredito muito na sorte. Com certeza existem artistas infinitamente mais talentosos do que eu, mas que não tiveram tanta sorte. Por exemplo: no final dos anos 90 minha carreira ia muito mal. De repente meu agente me abandonou, a gravadora me despediu e as propostas de trabalho pararam de chegar. Até que Rob Dickins, um executivo de gravadora inglês, me convidou para gravar um álbum em Londres. Fui, gravei e foi um fracasso. Ele não desistiu e me propôs fazer algo no gênero disco. Achei que era alguma espécie de piada, mas ele insistiu, apresentou várias músicas e me deixou totalmente a vontade para escolher. Uma delas era Believe. Foi um tremendo golpe de sorte, que me levou de volta às paradas de sucesso. Qual o seu próximo passo? Mais uma turnê, álbum, filme ou série de tevê? Ainda estou me recuperando, depois da infecção viral que me deixou de cama no hospital e me fez interromper minha turnê Dressed to Kill. Assim que estiver completamente recuperada retomo os shows. Mas meu novo projeto só será anunciado no meu aniversário, dia 20 de maio. Até lá não posso revelar nada. Apenas digo que será algo muito excitante. Por que a senhora nunca incluiu o Brasil em nenhuma turnê? Porque que nunca imaginei que tivesse fãs no Brasil. Cometi o mesmo erro com o México, que corrigi finalmente na minha penúltima turnê, e foi um sucesso. Mas realmente ninguém na minha produção nunca me disse para incluirmos a América Latina nas turnês. Prometo que não cometo mais esse erro e pretendo, em breve, me divertir muito fazendo um show no Brasil. FONTE: VEJA.COM

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Sem poder usar nome da banda, guitarrista critica volta do Camisa de Vênus

Recentemente, o cantor Marcelo Nova e o baixista Robério Santana, integrantes originais da banda baiana Camisa de Vênus, anunciaram a volta do grupo, um dos principais representantes do rock brasileiro dos anos 1980. Dono de clássicos como "Eu Não Matei Joana D'Arc", "Simca Chambord", "Hoje" e "Sílvia", o Camisa fará uma turnê comemorativa de 35 anos, a partir de maio. Os shows contarão com o guitarrista Drake Nova, filho do vocalista, entre outros integrantes. Há seis anos, no entanto, a banda já havia "voltado", mas com outra formação, que tinha à frente os guitarristas originais, Karl Franz Hummel e Gustavo Mullem, que não farão parte da turnê comemorativa. A versão deles do grupo vinha fazendo shows principalmente em Salvador, com Eduardo Scott, ex-cantor da banda punk Gonorreia, nos vocais. Dono da marca Camisa de Vênus, porém, Marcelo Nova agora impede com uma ação judicial que os ex-colegas continuem se apresentando com o nome da banda. "Camisa de Vênus foi registrado por mim, e o nome pertence a Marcelo Nova, mas a banda pertence à história", diz Nova, que deixou o grupo em 1987 para seguir carreira solo, causando o fim da banda. O Camisa voltaria a se reunir, com diferentes formações, algumas vezes entre os anos 1990 --quando chegou a gravar o disco ao vivo "Plugado!", em 1995-- e 2000. A última delas foi para um show na Virada Cultural de 2009, em São Paulo. E, depois dessa apresentação, Nova não quis mais seguir em frente com o grupo. Sobre os ex-colegas, Mullem e Hummel, o cantor conta que não teve contato com eles nos últimos anos, mas diz que ficou "desapontado" com a forma como o Camisa "foi jogado fora", referindo-se à banda dos guitarristas. "Eu, como criador e letrista do grupo, percebi que o Camisa não estava sendo tratado com profissionalismo [por Mullem e Hummel] e aquilo não estava me agradando." Por outro lado, o guitarrista Gustavo Mullem considera esse retorno da banda anunciado por Marcelo Nova e Robério Santana uma atitude "bem ridícula" para "caçar níqueis". "Mostra que a carreira de Marcelo Nova está falida e que esse é um show mercenário", diz ele. Mullen afirma que não deseja voltar para o Camisa "para ganhar como músico de bar" e provoca os ex-colegas ao dizer que Nova e Robério são músicos "medianos". "Junta um que não sabe cantar e outro que não sabe tocar, não pode sair coisa boa. Como já disse, esse é o show caça-níqueis mais sem-vergonha que já vi na vida", desabafa. Sobre o guitarrista Drake Nova, filho de Nova que participará da turnê de 35 anos como membro do Camisa de Vênus, Mullem diz que ele "ainda tem muito que aprender". Apesar de ter tocado guitarra no clássico disco "A Panela do Diabo" (1989), gravado por Marcelo Nova em parceria com Raul Seixas, o guitarrista considera a carreira solo do cantor um fracasso. "Marcelo Nova solo não tem um hit." Segundo Mullem, o seu grupo chegou a atrair 9 mil pessoas ao Parque da Cidade Joventino Silva, em uma apresentação em 2011. "E Marcelo, em São Paulo, capital da cultura do país, tinha dificuldade para encher um local fechado para mil pessoas." Mullem também afirma que seu relacionamento com o vocalista já não era bom havia bastante tempo. "Saí da banda porque cansei de ver a arrogância do Marcelo com as pessoas. Mas me surpreendeu quando ele registrou o nome da nossa banda em 2011."
Marcelo Nova, por sua vez, diz que não tem raiva, mas, sim, "pena" dos ex-colegas. "O que tenho é uma sensação de tristeza pela maneira como a banda foi conduzida. Não tenho ódio, até porque as minhas decisões [como o processo em andamento] são estritamente profissionais." Marcelo Nova entrou na Justiça no final de 2011 para registrar a marca Camisa de Vênus, que não era renovada havia 18 anos, segundo Eduardo Scott, há seis anos vocalista do Camisa de Vênus de Mullem e Hummell. "Cheguei a comentar com Karl [Franz Hummel] e Gustavo [Mullem] para registrarem o nome, junto com Marcelo e Robério, claro. Mas eles acharam que nada aconteceria, ficaram de boa. Mas em fevereiro deste ano, três anos depois, fomos surpreendidos com a notificação dos advogados de Marcelo dizendo que estávamos impedidos de usar o nome da banda. Paramos com tudo até eles definirem o que vão fazer." Para Scott, quando a banda levou 9 mil pessoas ao Parque da Cidade de Salvador em 2011, isso fez com que Marcelo Nova _que antes nunca havia impedido os ex-colegas de se apresentarem como Camisa de Vênus_ entrasse na Justiça no final daquele ano. "Nova, inclusive, nunca exigiu dinheiro dessas apresentações. Sempre foi uma situação tranquila, até agora. Por isso ficamos um tanto chocados", diz Scott. Mullem e Hummel podem se apresentar com as músicas que compuseram no Camisa de Vênus, segundo Scott, mas sem usar o nome da banda. "Enquanto eles decidem o que vão fazer, vou retomar um projeto de carreira solo, mas torcendo para essa história não morrer, porque o Camisa ainda tem muita história a contar, em especial às novas gerações", opina Scott, que afirma que sempre teve uma excelente relação com Marcelo Nova. Marcelo Nova diz que ainda não descartou fazer um show com os ex-colegas, mas sai pela tangente: "Não faço planos para o futuro". Já Mullem afirma que só faria novos shows com a formação original se fosse algo estritamente profissional. "E se a grana for justa." O guitarrista também diz que "após o susto" da notificação judicial, vai aproveitar para tirar férias e pensar no retorno da banda. "Não vamos parar. Mesmo com outro nome, somos o mesmo bom e velho Camisa de Vênus." Robério Santana preferiu não fazer comentários sobre a polêmica. Disse apenas que está entusiasmado com a turnê ao lado do parceiro Marcelo Nova. "Admiro muito a forma como ele escreve. Poucos sabem tirar sarro e falar sério ao mesmo tempo, como Marcelo Nova sabe", diz Robério. Karl Franz Hummel não foi localizado para falar sobre o retorno do grupo. Sobre seu retorno com o Camisa de Vênus, Marcelo Nova disse que não pretende lançar nenhuma música inédita e que a volta é apenas para celebrar os 35 anos da banda. "Os shows serão por pura diversão". O vocalista diz que o filho Drake é um guitarrista muito talentoso e rasga elogios ao baixista Robério Santana. "Robério e eu sempre tivemos uma boa relação, desde quando montamos a banda lá em 1980." Quanto aos shows da turnê de 35 anos, Nova promete tocar, no mínimo, uma música de cada um dos sete discos que o Camisa de Vênus lançou. A turnê começa dia 9 de maio no Rio de Janeiro e segue ao longo do ano por capitais como Rio de Janeiro, Fortaleza, Porto Alegre, entre outras. O último show confirmado será em São Paulo, em 13 de junho, mas a banda ainda negocia datas em outros locais. FONTE: UOL

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Billie Holiday, a maior das divas, faria 100 anos esta semana

Algumas coisas são incontestáveis na música. Uma delas é o talento de Billie Holiday, uma das maiores vozes do jazz, que nesta semana faria 100 anos de idade. Foi aos 44 que Eleanora Fagan (seu nome de batismo) perdeu a vida em decorrência de uma cirrose. Seu legado, porém, continua mais vivo do que nunca, e as "divas" que hoje conhecemos continuam se inspirando em Lady Day, apelido que Holiday ganhou de seu parceiro Lester Young. 1. Ela revolucionou a maneira de cantar - É importante lembrar que Billie não era só sofisticada musicalmente, mas mudou a maneira como o vocalista era visto em cima do palco. Quando cantava, era quase uma experiência hipnótica, a plateia entrava em um silêncio sepulcral. E tudo o que ela precisava era de um microfone e uma flor branca encaixada na orelha. 2. Seu timing era impecável - Holiday manipulava a melodia, alternava sua força e fragilidade a cada nota, e ainda fazia tudo isso parecer fácil. "Eu não penso que estou cantando. Sinto que estou tocando uma corneta. Tento improvisar como Les Young, Louis Armstrong ou alguém que admiro. Eu odeio cantar certinho. Preciso mudar o tom para o meu jeito de cantar. Isso é tudo o que sei", dizia Billie, que ainda comparava a experiência de cantar com uma simples refeição de pato laqueado, um de seus pratos favoritos. 3. Ela sentia cada nota - A história de vida de Billie era proprocional às emoções que ela colocava em suas performances. Deixada por diversas vezes na infância com parentes e amigos da mãe - e abandonada pelo pai -, ela começou a trabalhar aos seis anos. Aos 10, sofreu uma tentativa de estupro e, no ano seguinte, seguiu o exemplo da mãe e passou a se prostituir, até ser detida pela polícia. A vida noturna rendeu pelo menos um bom fruto, o contato com a música. Mas as cicatrizes emocionais faziam com que suas músicas mostrassem sua vulnerabilidade sem disfarces. 4. Billie foi uma porta-voz contra o racismo - Após cantar em pequenos clubes do Harlem, em Nova York, Holiday gravou seu primeiro disco em 1935, aos 20 anos. Mas mesmo depois de ter seu talento reconhecido por músicas, gravadoras e casas de shows, ela ainda sofria discriminação racial e era obrigada a usar elevadores de serviço, entrar em seus shows pelas portas dos fundos... E foi motivada por esse mesmo racismo que cantou um de seus maiores sucessos, Strange Fruit . 5. Seu legado é cheio de pérolas - Strange Fruit , que se tornou uma verdadeira assinatura da artista, foi considerada uma das canções mais corajosas do século, por falar de forma tão sensível sobre a injustiças sofridas pela população negra nos Estados Unidos. Depois interpretada por Nina Simone, outra grande voz influenciada por Holiday, a faixa foi um dos 38 singles lançados pela cantora e é um dos destaques de seu repertório. A lista de composições interpretadas por ela ainda inclui as icônicas You've Changed , Yesterdays e Lover Man . Além disso, suas composições Don't Explain , Somebody's On My Mind e God Bless The Child provaram seu talento para escrever o que mais tarde ganharia sua voz inigualável. FONTE: BILLBOARD BRASIL

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Há 50 anos, nascia a MPB; protagonistas lembram festival que cunhou o termo

Há 50 anos, Elis Regina recebia um conselho de Vinicius de Moraes em um bilhete, pouco antes de subir ao palco no 1º Festival Nacional da Musica Popular Brasileira. "Arrasta essa gente aí, Pimentinha", pedia o poeta. Ao que consta na história, Elis Regina fez a interpretação da sua vida, girando os braços freneticamente, conforme a canção "Arrastão" crescia para explodir no verso: "Valha-me meu Nosso Senhor do Bonfim / Nunca, jamais, se viu tanto peixe assim". Composta por Vinicius e Edu Lobo, "Arrastão" venceu o festival realizado pela TV Excelsior, que lançou a semente da MPB tal como a conhecemos hoje. A partir dali, a música brasileira encontraria na TV seu principal difusor e passaria a ser conhecida pela abreviação MPB –uma decisão prática, já que o nome inteiro do festival não cabia nas manchetes dos jornais. Não foi exatamente o primeiro festival do país. Houve tentativas anteriores em fazer uma versão tupiniquim do famoso festival italiano de San Remo, mas o produtor musical Solano Ribeiro, grande idealizador deste e dos seguintes festivais de música, sentia um vento batendo diferente na metade dos anos 1960. Diante da queda de popularidade da Bossa Nova, nascia uma nova música, criativa e arejada, que se reproduzia aos montes nos becos, bares, teatros e universidades. Era a hora e a vez de compositores novos, como Baden Powell, Edu Lobo, Caetano Veloso, Francis Hime e um estudante de arquitetura chamado Chico Buarque de Hollanda. "Existia uma confluência de gêneros, era um movimento musical atrás do outro, uma grande onda de criatividade começando a botar a cara", relembra o músico Roberto Menescal. Produtor de célebres discos de Elis Regina, Chico Buarque, Maria Bethânia e Maysa, ele também foi um dos compositores que participaram da seleção com a canção "Por quem Morrer de Amor", escrita em parceria com Ronaldo Bôscoli. Como ele mesmo imaginava, a música morreu na terceira eliminatória. "Eu nunca acreditei que pudesse vencer com uma música romântica enquanto outras tantas vinham com posturas mais fortes e desafiadoras". Assim foi aberta a inscrição para os compositores, enquanto os intérpretes, com status de astros, seriam escolhidos pela direção. Wilson Simonal, Claudette Soares, Geraldo Vandré, Agnaldo Rayol, Agostinho dos Santos, Altemar Dutra, Cauby Peixoto, Cyro Monteiro, Elizeth Cardoso, Miltinho, Elis Regina e Orlando Silva defenderam 36 das 1,2 mil canções inscritas. "Eu já havia realizado eventos menores de sucesso com aquele elenco, o que me dava certeza que a resposta do público seria favorável. O que não imaginava era o tamanho do sucesso", relembra o produtor Solano Ribeiro, ao UOL. Para manter a maresia do balneário de San Remo, ele adaptou o regulamento do evento italiano e escolheu um local análogo para sediar o festival: Guarujá, no litoral paulista. O pesquisador Zuza Homem de Melo em breve transformaria o festival no grande sucesso da TV Record, mas em 1965, ele era um mero espectador. "A grande transformação foi a de ser um programa de televisão com competição de canções e participação do público torcendo abertamente. Na música, viu-se que as canções da Bossa Nova não teriam êxito nos festivais. Surgiu um novo formato denominado canção brasileira tipo festival", conta. Na final, no dia 6 de abril, no Rio de Janeiro, "Arrastão" conquistou o troféu Berimbau de Ouro. Melodia assobiável, o arrebatamento na voz de Elis, a performance teatral com os braços giratórios– que lhe renderia o apelido de Hélice Regina--, e a letra forte de Vinicius e Edu Lobo eram itens essenciais à nova receita. Pouco tempo depois, canções como "Domingo no Parque" e "Alegria, Alegria", de Gilberto Gil e Caetano Veloso, respectivamente, subverteriam a fórmula. "O governo não percebeu que as canções poderiam se tornar uma bandeira da classe universitária contra a censura e contra a ditadura militar", observa Zuza. Solano observa que a era dos festivais perderia sua força no momento em que o Governo Militar percebeu o poder da música. Para ele, foi ali que a MPB perdeu o "Popular" de sua definição. "O espaço foi ocupado pelo marketing da indústria da música, que impingiu modismos com a única finalidade de vender. Assim vieram o pagode, o axé, a boquinha da garrafa e por fim o sertanejo universitário. Além do que as gravadoras acabaram e deixaram de investir em novos artistas". Wilson Simonal, que defendeu "Cada Vez Mais Rio", de Luiz Carlos Vinhas e Ronaldo Bôscoli, ficou contrariado com o 5° lugar, a ponto de se recusar a subir ao palco. "[Ele] justificou seu descontentamento com o resultado dizendo que 'Arrastão' não podia ganhar porque não era musica popular e o concurso era desse tipo de musica. 'Arrastão' para ele é regional (...). Coisas de artista", contava a "Folha de S. Paulo" no dia 8 de abril de 1965. Solano relembra que houve uma tentativa do principal patrocinador do festival, o gigante da indústria química Rhodia, de dar a vitória para Simonal. "A mais marcante história de bastidor foi a tentativa do representante do patrocinador de modificar o resultado para beneficiar a música interpretada por Wilson Simonal, que fazia parte naquele ano do Show da Rhodia [evento musical exclusivo da empresa]", conta Solano, que detalhou os bastidores dos festivais no livro "Prepare Seu Coração". A segunda colocada foi "Sonho de um Carnaval" de Chico Buarque, defendida por Geraldo Vandré. Segundo conta Zuza Homem de Melo em seu livro "A Era dos Festivais - Uma Parábola", Chico comemorou a classificação com um porre. Foi com algumas doses de uísque que Vinicius brindou o resultado com Elis em seu apartamento. Edu Lobo, com apenas 21 anos, estava em São Paulo e ficou pendurado no telefone para saber o resultado. Dias depois, foi convidado por Aloysio de Oliveira para fazer um show com o Tamba Trio e Nara Leão. A audiência do 1º Festival não foi espetacular, mas a partir do dia 6 de abril de 1965, a música brasileira pela TV não seria mais a mesma. Tanto Chico quanto Elis se tornariam astros da TV, com a participação de um novo elemento: o público. "Não fosse a TV, provavelmente a MPB não teria tido a mesma força", conclui Solano. Em 1967, na terceira edição do festival, já na Record, a Tropicália seria lançada, as mensagens políticas estariam menos cifradas e a MPB seria invadida por guitarras elétricas. Mas isso já é outra história. FONTE: UOL

terça-feira, 7 de abril de 2015

Divulgado trailer de documentário sobre Amy Winehouse

O primeiro trailer do documentário AMY, sobre a cantora britânica Amy Winehouse, foi divulgado na última quinta-feira. O vídeo traz imagens, depoimentos e gravações inéditas da cantora e mata um pouco da curiosidade dos fãs que vão ter que esperar até meados de 2015 para assistir ao longa, segundo o site da revista americana The Hollywood Reporter. Na frase que finaliza o trailer, Amy revelou que não saberia lidar com a fama. No depoimento, a artista falou a respeito da sua carreira e da sua paixão pela música. "Eu não estou tentando ser uma estrela ou ser outra coisa senão uma boa cantora", disse. "Eu não acho que vou ser tão famosa. Eu não saberia lidar com isso. Provavelmente, eu ficaria louca", afirmou a cantora, que faleceu em 2011 por excesso de consumo de bebida alcoólica, aos 27 anos. Asif Kapadia é o responsável pela direção do documentário. Ele produziu anteriormente o longa Senna, em 2010, sobre o piloto brasileiro de Fórmula 1 Ayrton Senna, filme que foi aclamado pela crítica e ganhou dois prêmios BAFTA. FONTE: VEJA.COM

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Ringo Starr revela que era o mediador em brigas entre os Beatles

O ex-Beatle Ringo Starr confessou nesta última sexta-feira (3) que "sente saudades" de seus "irmãos" da icônica banda, disse ter "orgulho" das músicas que fizeram, que a princípio foram rejeitadas pelas gravadoras, e contou que exercia o papel de mediador das brigas entre os integrantes do quarteto. Em declarações à BBC Rádio 4, por conta do lançamento de seu disco "Postcards from Paradise", Ringo explicou que, quando surgiam os problemas entre os Beatles, eles eram resolvidos em sua casa. "Estava em um grupo com três irmãos. Sim, sinto saudades, não tem como não sentir saudades de seus irmãos", declarou à emissora. Embora Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e ele mesmo tivessem uma relação muito estreita, às vezes havia tensões, relatou o cantor e baterista de 74 anos. "Eu era capaz de manter a paz. Se havia uma explosão dentro dos Beatles, normalmente nos reconciliávamos na minha casa, era assim", afirmou. "Todos tínhamos personalidade. Éramos quatro irmãos. Queríamos o bem um dos outros, mas às vezes a gente se levanta de mau humor em uma manhã, e isso ultrapassa um limite e acaba em discussões", declarou o baterista. Ringo, que, como Paul, goza de uma bem-sucedida carreira solo, relembrou a época em que as gravadoras rejeitavam a música do quarteto de Liverpool, que se tornou um fenômeno de massas de 1962 a 1970, quando se separaram. "Demonstramos que eles estavam equivocados, que a música é mais importante do que o nome. Fizemos música muito boa e ainda estou muito orgulhoso disso", afirmou Ringo. Ele e McCartney são os únicos Beatles vivos após o assassinato de John Lennon em 1980 e a morte de George Harrison em 2001, por conta de um câncer. Sobre seu último álbum, que foi apresentado em 31 de março, Ringo explicou que é como "uma autobiografia", que preferiu contar em um disco ao invés de escrevê-la em papel. "Postcards from Paradise", onde canta e toca bateria, teclado e o guitarra, foi gravado no estúdio pessoal do ex-Beatle em Los Angeles (Estados Unidos), junto com os componentes da banda "All Starr Band". Ringo lançou cinco trabalhos desde 2005: "Choose Love" (2005), "Liverpool 8" (2008), "Y Not" (2010) e "Ringo 2012" (2012), além de "Postcards from Paradise". FONTE: UOL

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Avril Lavigne confessa que teve medo de morrer após cinco meses de cama

A cantora franco-canadense Avril Lavigne, de 30 anos, revelou que ficou cinco meses de cama, por causa da doença de Lyme, e que sentiu que ia "morrer". Depois de ficar meses sumida, o que levantou boatos sobre sua saúde, Avril disse se sentir melhor agora. "Eu tinha a impressão que não podia mais respirar, eu não conseguia mais falar, nem me mover", desabafou, em entrevista à revista "People", na última terça-feira (31). "Eu achei que estivesse morrendo", acrescentou. A borreliose de Lyme é uma doença infecciosa, devido a uma bactéria transmitida por picada de carrapato. Difícil de diagnosticar e subnotificada, a doença pode ter consequências graves se não for tratada a tempo. Entre as implicações incapacitantes e dolorosas, em especial neurológicas, nas articulações e musculares, estão a meningite, ou a paralisia facial. "Havia vezes, em que eu não tomava banho durante uma semana inteira, porque eu quase não conseguia ficar em pé", revelou. "Era como se toda minha vida estivesse indo embora", acrescentou. A cantora afirmou que agora se sente "80%" melhor. Avril Lavigne ficou conhecida no mundo todo quando ainda era adolescente, em 2002, com seu álbum "Let Go". FONTE: UOL

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Rock in Rio 2015 confirma mais dois nomes: Elton John e Sheppard

O músico britânico Elton John e a banda australiana Sheppard foram confirmados pela organização do Rock in Rio nesta terça-feira como atrações do festival, marcado para setembro no Rio de Janeiro. Elton John sobe ao palco Mundo em 20 de setembro, mesmo dia do cantor Rod Stewart. Os australianos tocam seis dias depois, na jornada que também inclui Rihanna e Sam Smith. O festival vem anunciando sua programação a conta-gotas. Estão confirmados, por exemplo, os nomes de Katy Perry, Metallica, Queen, A-ha e Queens of the Stone Age. A venda geral de ingressos começa dia 9 de abril, às 10 horas, pelo site Ingresso.com. FONTE: VEJA.COM