segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Rock in Rio 2013 termina como edição mais fraca do evento.
Não fosse o apoteótico show de Bruce Springsteen no último sábado, seria possível dizer que nunca o Rock in Rio será tão ruim novamente. Porque, apesar do espetáculo de quase três horas do roqueiro americano, a edição 2013 não escapou de ser a pior já feita do festival, criado em 1985 pelo empresário Roberto Medina. Entre alguns bons acertos, abundaram shows de apostas sem sentido, como o vencedor do American Idol Phillip Phillips ou a britânica Jessie J no palco principal, homenagens desconjuntadas e espaço para o rock brega (se não decadente) de nomes como Nickelback e Jon Bon Jovi.
E, ainda que música não pareça o mais importante para os frequentadores do evento, afinal um festival atrai especialmente pela atmosfera que oferece, aqui enriquecida pela presença de brinquedos e passatempos variados, ela ainda é essencial ao que ele se propõe. E a marca Rock in Rio é suficientemente forte e consagrada para que se espere algo melhor dela.
Mas sejamos justos com o evento. Com esta edição, o Rock in Rio provou estar, ao menos em termos de organização e produção, nivelado com outros grandes festivais mundiais, como o Coachella, que acontece na Califórnia, nos Estados Unidos. A quantidade de ingressos vendidos desta vez (85.000 por dia) também casou com o tamanho da Cidade de Rock – era difícil andar pelo público no fim da noite, mas não impossível como praticamente foi em 2011, quando 100.000 pessoas aportavam diariamente no local. Ao todo, foram sete dias intensos de muita música, calor e brincadeiras para um público total estimado em 595.000 pessoas.
As parcerias feitas pelo evento com seus patrocinadores também se mostrou um modelo ideal para a sua realização. É estranho andar pela Cidade do Rock e ver marcas atrás de marcas, como uma Times Square? É. Mas, se isso é o que faz o festival acontecer de uma maneira tão bacana, que seja. Afinal, são os patrocinadores que proporcionam experiências tão diversas aos frequentadores quanto estúdios de tatuagem e salões de cabeleireiros.
Em termos do que pode ser melhorado para a próxima edição, em 2015, que deve ser transmitida em telões pelo Brasil e em Nova York (aliás, na já citada via dos outdoors), a organização pode começar a pensar em uma nova localização para o Palco Sunset, como já foi proposto por Roberta Medina. Seria ótimo para aproveitar melhor os artistas colocados neste palco, cheio de boas surpresas, que poderiam ser vistos por mais pessoas.
Além disso, o som dos dois palcos precisa ser mais bem equalizado. Cada dia era uma susto. Muse e Sepultura tocaram com som alto, quase estourado, enquanto Metallica e Justin Timberlake tiveram som tão baixo que às vezes era impossível distinguir os instrumentos. O mesmo aconteceu no Palco Sunset em quase todas as apresentações, como Ben Harper e Charlie Musselwhite. Já o palco eletrônico precisa ser repensado, pois quase não atrai público durante o evento. Ou é extinto de vez ou traz atrações maiores – David Guetta, por exemplo, faria mais sentido lá do que no Palco Mundo.
O esquema dos banheiros também apresentou problemas. Eram poucos e ficavam em estado caótico lá pelo fim da noite, especialmente os localizados perto do palco Sunset. Os estandes de comida também precisam ser mais fiscalizados. É legal ter como opção culinária mexicana ou japonesa no festival, mas só se forem tomadas as medidas certas de higiene para não atrapalhar a diversão dos frequentadores. Afinal, um festival precisa de uma boa atmosfera. Nada de podre no ar.
FONTE: Carol Nogueira - VEJA.COM
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário