segunda-feira, 8 de junho de 2015

Funk é tamborzão e não "incorporar a Beyoncé", critica Tati Quebra Barraco

Carol preza mais pela atitude, Sabrina é mais ligada ao hip-hop, Karol K e Mary se preocupam mais com a imagem e Filé adora letras polêmicas. Cinco funkeiras de perfis totalmente diferentes convivem no reality show "Lucky Ladies", exibido todas às segundas, às 22h30, na Fox. Tal pluralidade reflete o momento atual do funk e é defendido pela "líder" do reality, Tati Quebra Barraco, mas ela faz um alerta. "É sempre bom levantar a bandeira do funk e evoluir, mas sem viajar demais porque aí você perde a identidade". A funkeira veterana, que começou a fazer sucesso nos anos 90 e ficou conhecida pelos hits "Boladona", "Dako é bom" e muitos outros, acha que o funk é de todas as classes sociais e de todas as cidades do Brasil, não só do morro carioca. Karol K, por exemplo, é mineira, tem um background pop e foi uma das escolhidas entre cinco mil funkeiras. "O Rio de Janeiro é o berço do funk, mas não quer dizer que outros não possam cantar. Tem espaço para todo mundo". O produtor e músico Rafael Ramos, que já produziu de Mamonas Assassinas a Titãs e que também trabalha como tutor das meninas no programa, concorda que o funk pode vir de todo lugar. "O que impede uma menina do condomínio de cantar funk? Nada impede. Ela vai gravar no computador dela. Se acertar uma letra, uma base, uma ideia, todo mundo vai ouvir. E qual é o problema da menina da favela cantar gospel? Chega de qualquer tipo de preconceito musical e social. Não tá com nada". Tati, no entanto, que não nega o apelido e tem opinião forte, fica preocupada com o que muitos chamam de funk. "Algumas pessoas querem fazer umas coisas que não tem nada a ver, que está mais pra Sandy e Junior. Tem uns incorporando a Beyoncé no palco. Coloca uns 10, 20 ventiladores, deixa o cabelo ao vento. Isso é funk ou é pop? Funk ainda é tamborzão", disse ela. O programa ainda destaca o papel de Tati como precursora do ritmo e seu trabalho em abrir portas para as mulheres que também queriam ser reconhecidas, falando sobre sexo, romance ou festa. "Tati tem um papel fundamental no programa. Ela botou a cara desde cedo. Canta com muita coragem músicas desafiadoras e levou isso pro mundo inteiro", diz Rafael. A própria Tati reconhece sua importância como pioneira do ritmo. "A gente fez uma caminhada para os que estão chegando hoje não enfrentarem tanta pauleira". A popularidade do funk também abriu portas para MCs mirins, inclusive para alguns deles cantarem letras com conteúdo erótico. "Acho que nego tem que estudar, mas se tiver a necessidade de trabalhar, melhor cantar do que assaltar e tirar a vida dos outros", disse ela. FONTE: UOL

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